A proposta deste texto é articular um texto coletivo, produzido pelas alunas da sala do sexto período de pedagogia, manhã da unidade Aimorés da UNA. Tem como pressuposto tornar-se uma produção em rede de conhecimento cooperativo e colaborativo. Nesta ocasião, iremos discutir o capítulo “ As mutações da educação e a economia do saber”, o capítulo XI do livro Cibercultura de Pierre Lévy, que trata das grandes diversidades, mudanças e acelerações no campo dos saberes.
No mundo em que a “virtualidade” tomou conta das pessoas e do conhecimento, há então a necessidade de rever a forma de ensinar e criar novos conhecimentos a partir das necessidades das pessoas. Para o autor, o saber tem importância econômica, social, e política, não apenas em sala de aula, mas também em diversas esferas da sociedade. A construção do saber hoje se dá, de uma forma diferente, e nesse processo de mudança o papel do professor sofreu uma alteração. O aluno tem uma participação na aula no processo de ensino. Outra mudança se refere ao acesso ao ensino. A massificação do Ensino, da maneira como ocorreu no Brasil, não está adequada e trás alguns problemas como, por exemplo, a perda da qualidade do ensino. Faz-se necessário uma atenção individualizada que buscasse atender às necessidades e aos interesse do aluno. Por outro lado, houve uma diversificação do conhecimento. Entretanto, devido a essa diversificação, outros conhecimentos que não apenas os institucionalizados tem de ser reconhecidos e valorizados.
Pierre Levy discute que os sistemas educativos tradicionais e rigidamente institucionalizados estão submetidos a novas questões no que diz respeito a evolução do processo de ensino-aprendizagem. tendo isto em vista, a demanda de formação de professores é cada vez maior. Para tanto, é necessário encontrar meios que utilizem técnicas capazes de ampliar os esforços dos professores e formadores. E, um desses meios é o ensino a distância, em que professores e alunos partilham materiais e informações, aprendem e atualizam seus conhecimentos simultaneamente, promovendo assim, uma aprendizagem cooperativa. Nessa perspectiva, o ensino a distância funciona como um meio de transição de uma educação e uma formação exclusivamente institucionalizada para uma situação de troca generalizada dos saberes. Contudo, para que todos tenham acesso ao ensino a distância é necessário que o poder público garanta a todos uma formação elementar de qualidade, permita o acesso gratuito a todos e, regule e anime uma nova economia do conhecimento, considerando todos os recursos de aprendizagem em potencial a serviço de formação contínua e personalizada. Outra questão abordada no texto são as competências. Em um determinado período, a relação com a competência era substancial e territorial. O funcionário era identificado pelo seu posto de trabalho, reconhecido mediante aos diplomas que tinha.
No futuro, essas competências serão adquiridas pelos indivíduos de acordo com seus percursos singulares que alimentarão as memórias coletivas, dando caráter a uma virtualização do conhecimento. Assim, os sistemas educacionais devem implantar procedimentos de reconhecimento das práticas adquiridas em várias instâncias da vida social e profissional. Isso quer dizer que o conhecimento profissional não se limitará àqueles conhecimentos adquiridos em instituições de ensino, como também àqueles provenientes de outras instâncias da vida do indivíduo. Com o crescente desenvolvimento dessas tecnologias a educação precisa saber como utilizá-las para contribuir na construção do saber do aluno. Assim como essas novas tecnologias tem pontos positivos, que podem ajudar na construção do saber, podem também ajudar para a massificação do saber, onde ao invés de usá-la para aumentar a qualidade e quantidade do ensino ela pode proporcionar para o retrocesso do aluno.
Essas ferramentas levam para aluno informações diversas e contraditórias, que o professor tem que ter um olhar cuidadoso para que de fato possa ajudar na construção de uma saber verdadeiro. O papel do professor é o de mediar à construção do saber, para tanto ele precisa estar atento a essas mudanças, pois não adianta ele incentivar se ele mesmo desconhece e ignora essas ferramentas. Não adianta a sociedade passar por essas transformações se o professor não às incorpora na sua pratica pedagógica. Portanto, é preciso que nós, enquanto cidadãos críticos e comprometidos com a educação, fiquemos atentos a nossa percepção do que é “qualidade”, principalmente na educação. Como educadores, é necessário que não nos deixemos levar pela “imposição” do mercado consumista. Temos que ter a consciência e a crítica suficiente para que possamos assumir o papel de educadores construtores de conhecimento, mais preocupados com a qualidade do trabalho do que com a quantidade de informações.
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